sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sobre Charlie Hebdo - quem fala o que quer, escuta o que não quer e ambos falam um monte "m".

Liberdade de expressão por liberdade de expressão, então os terroristas também se expressaram, que tal?
Pois então, o que é liberdade de expressão e censura, afinal? Num universo integrado existe liberdade? É de mão dupla?
Penso que o problema está nos excessos. O excesso que ofende, humilha, esculhamba, faz bullying. O excesso que mata.
O ser humano ainda não é capaz de ser totalmente livre. Gente não sabe administrar liberdade. Ops! Mas se é liberdade não pode ser administrada, ou então, seria censura... Oi?
Vivemos numa cadeia onde o único afeta o todo e a lei de ação e reação é inquestionável, imutável.
Sim, os dois lados erraram monstruosamente, eu acho. Não, não podemos falar ou fazer tudo o que queremos e achar que não haverá resposta. Haverá!
Se será uma resposta proporcional (segundo quem?) ou não, vai depender de quem está levando a porrada.
Para mim, tudo é relativo. Depende do ponto de partida e do ponto de chegada.
Uma pessoa (ou grupo) pode achar normal pegar seu filho de uns 12 anos, enconstá-lo na parede de um shopping center, apontar o dedo na cara da criança (ou 12 anos não é mais criança?) e gritar em alto e bom som: - você é um nada! você é um fracasso!
Eu vi isso! E me odiei por não ter dado um chute na cara daquele pai.
Seria a minha atitude, desproporcional? Para quem? Para o menino, para o pai ou para todos que olhavam horrorizados, estarrecidos e paralisados feito estátua? Papai estava se expressando? Ora, eu também! Cada um na sua linguagem, livremente, não é mesmo?
Empatia, pessoal! Domínio próprio, gente! Precisamos de amor!
O que eu digo ou faço pode não significar nada pra mim, mas e pra você?
Ambos são egoístas e desrespeitosos com a vida, com a crença, com a integridade, com o valor do outro. Destroem igualmente. Agem "livremente" segundo suas, somente suas convicções.
Sabe aquela expressão "eles que são brancos que entendam?" Então, eles se entenderam. Dois lados igualmente rasteiros e destrutivos que se chamaram para uma batalha de perdedores. Pobres e coitados!
ideal é que todos fiquem em silêncio, recolham suas armas, metralhadoras, línguas ou canetas e peçam a Deus a ampliação de suas consciências que, envergonhadas, pedirão perdão um dia.
Sugiro prudência - de todas as partes.

3 comentários:

  1. Concordo com você, Anne! E só está se falando tanto porque quem morreu era da imprensa.

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  2. Como Renato Russo dizia: disciplina é liberdade. Não existe liberdade sem educação e respeito. Fazer o que quer não é liberdade, é egoísmo, libertinagem. E "limitar" a liberdade não é censura. A liberdade por si só é limitada. Afinal, a minha liberdade acaba quando a sua começa.

    inelizmente não conseguimos colocar regras para algo chamado bom senso, que no final das contas é o que rege tudo o que fazemos em nossas vidas: de escovar os dentes de manhã a abraçar uma árvore em uma praça. De brincar de bola com seu filho a dizer um "não" em alto e bom som, em público.

    O mundo precisa disso mesmo tia, muito amor... Com a dose certa, ele guia as nossas ações pra longe do orgulho, da inveja, do egoísmo... e vai enxergar nas nossas ações SEMPRE o benefício do nosso alvo, independente de quem seja, ou do que quer que tenha feito.

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