Por que me negas, amor, conhecer teus pensamentos, se o
saber deles me constrói?
Por que, amor, abandonaste-me tão facilmente se é dado ao
mundo considerar que, se uma mulher diz "vá", poderá querer dizer
"fica"?
Tu, amor, que tanto conheces das vidas, atendeste ao meu
apelo de deixar-me e nem sequer ouviste meu grito de amar-me.
Por quê? Porque, em minha representação escapista e
romântica, respeitas-me e não queres assustar-me com tuas dores.
Nada porque não me cobiças, mas porque me desejas em demasia
e não suportarias a dor de podar-me os sonhos aos quais não te juntarás.
Deixaste-me livre, amor, porque sabes quão alto é meu vôo e
não supuseste permitir-se acompanhar-me aos céus.
Amaste-me, amor, ao sufocares tua voz para que o silêncio de
minha alma não fosse importunado.
Enganou-se tua razão, amor meu, eras tu a minha pretensão!
Não devias ouvir-me de tal modo!
Por muito desejar-te, perdi-te, por pouco escutar-me,
deixaste-me ir.
Quisera que quiseras, mais uma vez, apenas!
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